A LENDA DE PIGMALIÃO

Pygmalion (Jean Raoux)

Mito: Pigmalião 
Dramaturgia: não informada 
Local: Casa Café Teatro | São Paulo (SP)
Direção geral: Renato Alves 
Elenco: Aline Cólins, Claudia Sampaio, Cloud Silva, Déby Schutze, Mariana Siqueira, Rodrigo Banks, Tamy Paula. 
Duração: não informada 

O mito de Pigmalião é narrado nas “Metamorfoses”, de Ovídio. Entre os versos 243 e 297 do Livro X, o autor latino do início da nossa era narra a metamorfose de uma estátua de mulher esculpida em mármore branco por Pigmalião em ser humano, após um apelo à deusa Vênus.  

Abaixo, o trecho inicial, na tradução (1771) de Cândido Lusitano, pseudônimo de Francisco José Freire (1719 —1773). 

'Quas quia Pygmalion aevum per crimen agentis
viderat, offensus vitiis, quae plurima menti
femineae natura dedit, sine coniuge caelebs               245
vivebat thalamique diu consorte carebat. 
interea niveum mira feliciter arte
sculpsit ebur formamque dedit, qua femina nasci
nulla potest, operisque sui concepit amorem.
virginis est verae facies, quam vivere credas,             250
et, si non obstet reverentia, velle moveri: 

ars adeo latet arte sua.  
Porque destas lascivas observara                   

Pigmaleão a vida escandalosa,  
Dos vícios espantado, em que fecundo 
É o peito feminil por traças raras, 
Que nele encobre astuta Natureza, 
Dos laços de Himeneu solto vivia, 
Repartir não querendo o Sócio leito. 
Em cândido marfim ele esculpira 
Com arte singular tão bela imagem, 
Que nascer não podia mais fermosa 
Viva mulher. Insano namorou-se 
Do seu mesmo trabalho, amando nele  
Forma admirável de gentil donzela. 
Tão vivo era o Retrato, que crerias  
Vida ter, e que passos moveria,  
Se o virginal rubor a não prendera; 
Tanta arte se ocultava na Escultura. 


Leia também um artigo do Prof. Dr. Matheus Trevizam (UFMG) sobre o mito de Pigmalião e Ovídio. 

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